domingo, 10 de janeiro de 2010

Queimada Viva – Uma Literatura Sobre Direitos Humanos

Quando o assunto são mulheres, milhares de coisas poderiam ser ditas.

Que são consumistas, muitas caprichosas, teimosas e mimadas.

A imagem das mulheres de hoje varia entre o orgulho e as super mulheres. São mães, trabalhadoras, que controlam a lida da casa e se não são elas que fazem, o seu estatuto profissional permite-lhes pagar pelo serviço.

Conduzem, levam os filhos à escola, participam na associação de pais, ditam modas e a publicidade televisiva está cada vez mais voltada para elas devido ao seu poder de compra.

Apesar de multifacetadas são mulheres, as mulheres de hoje continuam a transmitir o porto seguro e a oferecer colo. São carinhosas, ternurentas, estimam, cuidam e tratam. Verdadeiras super mulheres da sociedade moderna em que todos vivemos.

Em muitos países do mundo, mulheres que não se comparem a este moderno protótipo, não são mulheres da sociedade. Umas mais do que outras, todas são modernas e independentes.

No entanto, em muitos países do mundo, mulheres como estas são impossibilidades do dia-a-dia.

Esta situação é contada e descrita no livro “Queimada Viva” de Souad.

Souad vive na Cisjordânia e tem apenas 17 anos quando se apaixona. Para quem não conhece os costumes da Cisjordânia, este país aniquila os direitos das mulheres na totalidade, e se as mulheres casadas são vitimas de maus tratos, sem sequer o perceberem, as mulheres solteiras são prisioneiras de um mundo que muitos de nós não imagina.

Souad engravida do namorado, e cabe à própria família, em prol de manter o bom nome, regá-la com gasolina e queimá-la viva. Por milagre, Souad sobrevive e é transportada para um hospital onde as próprias enfermeiras lhe recusam assistência, sempre em prol do que consideram bons costumes. Sobrevive então à segunda tentativa de assassinato, desta vez um golpe programado pela sua mãe.

Ajudada por uma Holandesa, Souad é levada para a Europa e consegue recuperar, apesar das muitas mazelas físicas e traumas psicológicos permanentes. Decide então contar ao mundo, através deste grandioso todas as atrocidades que uma sociedade insiste em praticar.

De vida refeita, Souad recusa-se ao silêncio e é hoje a voz de muitas mulheres sofridas e mal tratadas em muitos países como a Cisjordânia.

Países onde não é permitido olhar em frente, instruírem-se, falar, cantar, ouvir, opinar e muito, muito menos amar.



http://www.ruadireita.com/literatura/info/queimada-viva-uma-literatura-sobre-direitos-humanos/

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